há precisamente duas semanas precisava de me descobrir.
passado esse tempo continuo sem saber quem sou. só sei quando tenho fome ou não (sendo que a segunda opção é a mais comum) e só sei quando quero fugir dos locais populados e quando me sinto bem acompanhada. raramente não fujo. raramente crio laços.
raramente sei sequer como os criar, porque o mundo rodeia-me demasiado frequentemente e num tom demasiado claustrofóbico.
ondas de todas as direcções assaltam-me o corpo.
ondas de todas as direcções assaltam-me o corpo.
já não sei calcular movimentos e, mais grave que isso, não sei sequer mover-me sozinha. fico à espera de um estímulo musical da própria vida, e a eterna espera dessa sensação prende-me num poço com fundo infinito.